d Patinar...simples prazer da vida...: Rence - ajuízamento - reflexão das provas

Patinar...simples prazer da vida...

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segunda-feira, agosto 29, 2005

Rence - ajuízamento - reflexão das provas


Foi com algum desalento que se assistiu ao ajuízamento de algumas provas deste campeonato da europa em Rence.
Nas figuras obrigatórias juvenis as notas atribuídas às patinadoras espanholas foram extremamente altas, quase impossibilitando logo à partida um lugar no pódio combinado para as atletas portuguesas. O mesmo aconteceu nos masculinos mas com as notas dos atletas alemães e italianos. Mas é preciso trabalhar mais nesta especialidade se queremos o combinado.
Em patinagem livre assistiu-se ao mais ridículo das situações. Os juízes não pareceram ter em conta as directrizes que saíram a meio da época em relação ao touloup a ajuízaram tudo por igual, tivesse o salto a entrada supostamente permitida ou completamente de frente. Ou então retiraram da nota A mas compensaram na nota B e ficou tudo igual.
No programa longo feminino a atleta espanhola Carla Pey, com um programa longo limpo, sem falhas mas com todos os saltos com meia volta a menos (duplo axel, triplo touloup e salchow), teve notas altíssimas retirando a medalha de bronze no combinado à portuguesa Marta Ferreira. A Marta que no curto obteve um brilhante e justo 3º lugar, no longo apesar de começar com um excepcional duplo axel não foi suficiente para segurar um lugar no pódio no combinado, que merecia. Ficou o sentimento do tempo perdido com a mudança da técnica do touloup que a Marta já tinha consolidado.
Neste escalão o resultado final contrariou todas as expectativas.
A italiana Deborah Sbei, 1ª no curto, com duplo axel triplo touloup e triplo salchow completos ficou em 2º porque teve uma queda num duplo axel, que no entanto repetiu. Irene Nardo (na imagem), italiana, 2ª no curto, fez um longo limpo, com os mesmos saltos da Deborah Sbei mas com meia volta a menos na saída.
A 3ª classificada, a italiana Sara Venerucci, 4ª no curto e única das italianas a picar segundo as regras, fez um longo limpo mas com as mesmas deficiências de Irere Nardo nas saídas dos saltos. É de salientar o programa longo de Sara Venerucci, excepcionalmente bem patinado e a nível artístico quase perfeito...levando a sua mãe (e treinadora) à emoção ainda antes de acabar o esquema...
Os esquemas das 3 atletas italianas eram muito bons a nível artístico. Neste escalão o nível dos piões era muito alto.
Nos juvenis masculinos foi mais gritante. Tirando o 1º lugar que foi justíssimo, com o atleta italiano Marco Santucci (1º na foto) a patinar o curto e o longo com uma velocidade, uma qualidade de patinagem e uma dificuldade de passos de ligação impressionante e que realizou apenas duplo axel (excepcional), triplo touloup (excepcional) e triplo salchow(quarto de volta a menos na saída), o atleta italiano Andrea Poli (2º na foto) classificado em 2º lugar fez triplo touloup e triplo salchow com meia volta a menos e saída nos dois pés, tanto no curto e no longo. O italiano Gabriele Giorgi, 2º no curto e 5º no longo, fez triplo touloup com entrada saltada para a frente, o que para os juízes não fez diferença nenhuma...foi parar a 5º porque falhou o longo quase todo. Nos piões eram os 3 muito bons.
O português Miguel Mangas, após um curto abaixo das expectativas, realizou no longo duplo axel, triplo flip e triplo lutz completos, triplo ritberger com meia volta a menos na saída, e triplo touloup e salchow com falha na saída. Com um curto ao seu nível podia quem sabe ter sido campeão da europa...salienta-se o ridículo de alguns juízes no longo porem-no atrás do italiano Andrea Poli que teve apenas duplo axel completo, apesar da qualidade e força com que patinou o programa longo...
O português Bruno Santos, apesar das limitações com que realizou o campeonato, fez um bom programa curto e pelo longo e merecia ter ficado à frente do Gabriele Giorgi. Falhou triplo lutz mas fez duplo axel triplo touloup e triplo salchow. Se o Bruno não tivesse limitado fisicamente tinha certamente um lugar no pódio...
Na dança também houve alguns desacertos dos juízes.
Nos cadetes os pares franceses foram claramente beneficiados em relação aos portugueses. Nos juvenis os pares portugueses podiam ter ultrapassado mais um par italiano, já que as danças livres dos pares italianos não eram muito fortes.
Notou-se neste campeonato uma diferença muito grande na qualidade de esquemas na vertente artística, que deu lugares no pódio a alguns atletas, sendo esta vertente um dos pontos a trabalhar no futuro pelos treinadores portugueses.
Apesar de todos estes "contratempos" os resultados foram muito satisfatórios.
Ficou no ar a sensação de que os "jogos de bastidores" foi intenso entre o programa curto e o programa longo de juvenis...